sábado, 22 de outubro de 2016

O Monstro

Olá meu querido...estava com saudades, jaz faz tanto tempo que não apareço por aqui.
Faz uma década que não me sento ao seu lado e começo a filosofar ou a me lamentar...hoje eu gostaria não de me lamentar...mas acho que você tem notado que nos últimos tempos eu ando um pouco estranha,pois é...quero te contar o porque de tudo isso, quero te dar o mínimo de satisfação que você merece.
Pois bem, a algum tempo tenho percebido também que ando um pouco estranha, hora doce, hora agressiva,hora apavorada,hora arrogante...
Mesmo assim isso não foi o suficiente pra me fazer procurar o que havia de errado...então as crises começaram...
O mundo se transformou em um monstro gigante com várias e várias mãos..com dedos infinitos e olhos firmes como rochas.
Eu comecei  a me tornar minha própria inimiga, quando o mundo não me agredia...eu comecei a me agredir...
Chegou num ponto que o meu corpo não aguentou tanta angústia e sofrimento, as dores começaram, parecia que mil borboletas se debatiam desesperadamente dentro do meu estômago junto com o pior ácido havia sido colocado lá corroendo cada dia um pouco mais.
O desespero finalmente atingiu seu máximo, a dor psicológica era tão agonizante que era como ter o médico e o monstro vivendo na minha cabeça, era como uma arma engatilhada 24hrs por dia e a qualquer movimento ela disparava.
Num segundo estava numa conversa amigável com alguém, e no segundo seguinte o terror começava,eram como mil vozes gritando na minha cabeça,o chão se abria, tudo girava ao meu redor, o tremor era incessante e tão forte que tarefas simples como me deitar se tornavam impossíveis, então a câmera mudava o campo de visão e eu me via ali...no chão, encolhida como uma criança apavorada aos prantos com medo de morrer...com medo de a respiração ofegante cessasse e o mundo silenciasse.
Com o tempo todos os sintomas pioraram, e a criança apavorada tinha tanto medo d aparecer que dava lugar a um monstro violento,arrogante e desbocado,n existia limites, era como um carro ladeira abaixo...sem freio,sem cinto de segurança..sem nada.
O monstro logo se cansava e dava lugar a criança...mas havia algo de diferente nela agora...ela já não estava mais apavorada com medo da morte...era pior...muito pior...pois dessa vez...Ela desejava a morte.

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